Tara e Pluma |
Apresentações de gatos por vezes parece ser uma missão impossível. Decidimos que estava na hora da nossa Tara ter uma companhia e como ainda não nos sentimos preparados para adoptar outro gato, falamos com uma associação local (a Streetdogs) e estamos a fazer de Família de Acolhimento Temporário de uma gatinha, a Megan - cá em casa chamamos-lhe Pluma.
Há bem pouco tempo ficamos com um gatinho durante uma semana, o Tó, bem mais pequeno que a Pluma, (cerca de 2,5 meses), e percebemos que as apresentações com a Tara têm que ser bastante cuidadosas e planeadas. Aqui a chave é perceber a personalidade do gato que conhecemos e tentar adaptar da melhor forma para que tudo flua positivamente.
A nossa Tara é uma gata amigável, exploradora e aventureira. No que toca a conhecer outros amigos felinos, ela quer interagir mas criou uma defesa: o rosnar. O rosnar pode levar o outro gato a ficar também na retaguarda. Não foi o que aconteceu com o Tó, porque levou tudo na brincadeira, mas com a Pluma a história foi diferente. A Pluma começou a responder à Tara da mesma forma: rosnando e bufando sempre que se sentiam ou viam.
Na primeira noite e dia mantivemos a Pluma no nosso quarto. A Tara ficou com o resto da casa. Por muito que nos custasse cortar-lhe o acesso ao quarto, sabíamos que era um pequeno esforço que iria valer a pena. Na segunda noite, decidimos trocar: a Tara ficou no nosso quarto e a Pluma no resto da casa. Não funcionou. A Pluma ficou stressada e passou a noite a miar - a Adriana acabou por dormir no sofá com ela. Nos dias seguintes, íamos trocando a Tara e a Pluma de espaços. Isto permitiu a troca de cheiros - uma forma de se conhecerem.
Começamos depois por abrir uma frincha da porta do quarto para se irem vendo. Quando sentimos que estavam mais à vontade (atenção que nesta fase o rosnar e bufar por vezes ainda continuava), começamos por reforçar o estarem em frente uma à outra - basicamente a Adriana fazia de barreira entre elas e ia oferecendo biscoitos a uma e a outra. Quando os ânimos começavam a ficar mais exaltados, fechávamos um pouco porta e voltamos a tentar. Isto durou uns dois dias, até que sentimos que chegamos à fase em que nós (humanos) já só atrapalhamos e decidimos deixá-las soltas. Ambas tinham para onde fugir caso sentissem necessidade. As interacções estavam, obviamente, a ser vigiadas (mas a fingir que não).
Atenção, fizemos isto porque conhecemos bem a Tara e sabemos que não iria atacar a Pluma. E também porque percebemos a personalidade da Pluma: muito calma. tranquila e tolerante - apesar de responder à Tara.
Podíamos arranjar mil e uma desculpas para não avançar com isto: temos uma casa pequena (basicamente a única divisão fechada é o nosso quarto e a casa-de-banho), a Tara tem uma personalidade que nem todos os gatos toleram, etc etc. É tudo verdade sim, e tivemos algum receio. Mas decidimos que tudo ia correr bem e assim foi. Três semanas depois de chegar a nossa casa, a Pluma é a melhor amiga da Tara e adora dar-lhe beijinhos!
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